Em certa passagem de a Defesa de Sócrates, na qual se refere às calúnias de que foi vítima, o próprio filósofo lembra quando esteve em Delfos, local em que as pessoas consultavam o oráculo no templo de Apolo para saber sobre assuntos religiosos, políticos ou ainda sobre o futuro. Lá, quando o seu amigo Querofonte consultou Pítia indagando se havia alguém mais sábio do que seu mestre Sócrates, ouviu uma resposta negativa.
Surpreendido com a resposta do oráculo, Sócrates resolveu investigar por si próprio quem se dizia sábio.
Sua fala é assim relatada por Platão:
"Fui ter com um dos que passam por sábios, porquanto, se Surpreendido com a resposta do oráculo, Sócrates resolveu investigar por si próprio quem se dizia sábio.
Sua fala é assim relatada por Platão:
havia lugar, era ali que, para rebater o oráculo, mostraria
ao deus: “Eis aqui um mais sábio que eu, quanto tu
disseste que eu o era!”. Submeti a exame essa pessoa —
é escusado dizer o seu nome: era um dos políticos.
Eis, Atenienses, a impressão que me ficou do exame e
da conversa que tive com ele; achei que ele passava por
sábio aos olhos de muita gente, principalmente aos seus
próprios, mas não o era. Meti-me, então, a explicar-lhe
que supunha ser sábio, mas não o era. A consequência foi
tornar-me odiado dele e de muitos dos circunstantes.
Ao retirar-me, ia concluindo de mim para comigo: ““Mais
sábio do que esse homem eu sou; é bem provável que
nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe
saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei,
tampouco suponho saber. Parece que sou um nadinha
mais sábio que ele exatamente em não supor que saiba o
que não sei”. Daí fui ter com outro, um dos que passam
por ainda mais sábios e tive a mesmíssima impressão;
também ali me tornei odiado dele e de muitos outros."
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